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Nova pesquisa do IBGE reforça relação entre saúde e saneamento básico

imagem: Marcos Schaefer

Um a cada três municípios relata ocorrência de epidemias ou endemias provocadas pela falta de saneamento básico. Blumenau está entre as cidades que dispõem de um plano estruturado e investimentos para a setor

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (19/9) os dados coletados pela Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), que nesta edição abordou os principais aspectos da gestão do saneamento básico nas 5.570 cidades do País. Segundo o levantamento, apenas 41,5% dos municípios brasileiros dispunham de um Plano Nacional de Saneamento Básico em 2017, e 38,2% tinham uma Política Municipal de Saneamento Básico.

O resultado da falta de planejamento se reflete na saúde: um em cada três municípios relata a ocorrência de epidemias ou endemias provocadas pela falta de saneamento básico. Segundo o IBGE, a doença mais citada pelas Prefeituras foi a dengue. Em 2017, 1501 municípios (26,9% do total) reportaram ocorrência de endemias ou epidemias de dengue. Outras doenças com grande incidência, provocadas pela falta de saneamento, foram a diarreia (23,1%) e verminoses (17,2%). Esse dado vai ao encontro de outros estudos do setor. Segundo o Instituto Trata Brasil, cada R$ 1 investido em Saneamento gera uma economia de R$ 4 com gastos na área da saúde no Brasil. “Essa pesquisa demonstra a importância de as cidades planejarem suas ações em busca da universalização do sistema”, afirma o diretor Edi Bortoli, da unidade da BRK em Blumenau.

O caso de Blumenau é um exemplo de como o planejamento faz a diferença na execução de projetos de saneamento básico. Em 2010, a cidade de Blumenau tratava e coletava apenas 4,8% do esgoto da população. Hoje, oito anos após a concessão dos serviços à BRK Ambiental, o município já trata 42% e a meta para universalização do sistema estabelecida pelo Plano Municipal é para o ano de 2027. Para atingir esses índices, a concessionária já investiu R$ 239 milhões e pretende aportar outros R$ 141 milhões até 2022.

Embora a situação ainda esteja longe do ideal, o estudo do IBGE mostrou alguns avanços no setor. Em 2011, apenas 10,9% das cidades brasileiras tinham Plano Municipal de Saneamento Básico contra os 41,5% atuais. As cidades da região Sul do País foram as que mais avançaram na elaboração dos planos municipais, saindo de 13,5% em 2011 para 72,9% em 2017. O Nordeste tem o mais baixo, com 15,7%.

Os estados que mais se destacaram foram Santa Catarina, onde 87,1% dos municípios tem planos de saneamento básico e Rio Grande do Sul (75,5%). As menores ocorrências foram registradas na Paraíba (13%), Pernambuco (14,1%) e Bahia (14,6%). O estudo aponta que a situação no Tocantins foi a que mais avançou, pois apenas cinco dos 139 municípios do Estado dispunham de planos em 2011 contra 62 em 2017.

Saúde pública

O Plano Nacional de Saneamento Básico estipulou o ano de 2033 como meta para que o serviço seja universalizado em todo o país. Porém, a redução de investimentos públicos na área pode estender esse prazo para além de 2050. No início do ano, a BRK Ambiental anunciou um aporte de R$ 7 bilhões para os próximos cinco anos em suas operações, que incluem mais de 180 cidades espalhadas pelo Brasil. “Em Blumenau, estamos cumprindo o que foi planejado e esperamos que os frutos desse trabalho tenham impacto na saúde e na educação da população”, conclui Edi Bortoli.

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Fonte: grupoodp.com.br

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