Um evento com espetáculos, oficinas, exposições e rodas de conversa em que todas as atividades têm autoria de mulheres. Essa é a essência da “Mostra Camaleoa – Mulheres Fazendo Arte”, que vai ocorrer de quinta-feira a domingo (11 a 14) em Balneário Camboriú.
Com entrada gratuita, a “Mostra Camaleoa” irá ocupar diferentes espaços da cidade, como o Teatro Municipal Bruno Nitz, a Galeria Municipal de Arte (localizada no andar superior ao do Teatro), a Casa Linhares (no Bairro da Barra), SESC e o Calçadão da Avenida Central.
Patrocinada pela Lei de Incentivo à Cultura de Balneário Camboriú (LIC), a mostra pretende criar um ambiente de troca entre artista e público, em uma integração de dança, música, teatro, artes visuais e circo. O evento, pensado, produzido e executado por mulheres, busca dar visibilidade a trabalhos de mulheres.
As oficinas, com exceção das que são direcionadas às artistas do evento, são abertas ao público. As inscrições devem ser feitas meia-hora antes, no local (confira a programação completa no anexo da matéria).
O primeiro espetáculo da mostra será “A Menina Boba – Desmontagem”, com Barbara Biscaro, às 20h de quinta-feira (confira a sinopse desse e dos demais espetáculos abaixo).
No sábado (13), às 15h30, na Galeria Municipal de Arte, será realizada a roda de conversa “A mulher ocupando espaços”, com Bia Mattar, Elke Siedler, Heloisa Marina e Juliana Ricci.
A idealização da Mostra Camaleoa é de Beatriz Gonçalves e Thaina Gasparotto. Beatriz, 23 anos, é atriz, dançarina, produtora cultural e graduanda do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Thaina, 24, é atriz, dançarina e produtora cultural e graduada no curso de Licenciatura em Teatro da UDESC (2017). A produção e a execução do projeto contam também com Jade Monteiro, 22, produtora cultural e graduanda do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).
Conforme as idealizadoras, Balneário Camboriú surgiu como uma possibilidade de sediar o evento pela junção de pontos, como o desejo de colaborar com o crescimento da cena artística contemporânea da cidade e a ampliação de discussões com foco no protagonismo da mulher. O suporte da Fundação Cultural, por meio da LIC, também foi um dos fatores.
Programação de espetáculos (A entrada é gratuita. Os ingressos devem ser retirados uma hora antes do espetáculo na bilheteria do Teatro)
Quinta-feira (11)
– 20h: Espetáculo “A Menina Boba – Desmontagem” com Barbara Biscaro. Classificação indicativa: 14 anos.
Sinopse: Esta é uma aula-espetáculo baseada na obra poética “A Menina Boba”, de Oneyda Alvarenga (1911-1984) e no ciclo de canções de Claudio Santoro, que musicou quatro poemas da poetisa, no ano de 1940. O universo do modernismo brasileiro e aspectos da vida de Oneyda Alvarenga, contada por meio de sua correspondência com o poeta Mário de Andrade, são o ponto de partida para a criação da dramaturgia do trabalho. A profunda amizade entre Oneyda e Mário de Andrade e o esforço de Oneyda para afirmar-se como poeta e artista nas décadas de 1930 e 1940 são recontados por um olhar poético. Seu jeito simples, sua poesia e a sinceridade de suas confissões nas cartas que troca com Mário de Andrade foram fonte de inspiração para a criação desta obra, que se baseia na musicalidade da voz e no movimento corporal para reconstruir memórias, entrelaçando fatos reais e ficcionais, brincando com o canto e a voz falada em um jogo poético da voz em cena.
Sexta-feira (12)
– 15h: Espetáculo “Antiprincesas”, com Duas e Só. Classificação indicativa: livre (atividade em comemoração ao dia das crianças).
Sinopse: É um espetáculo que conta histórias de três importantes e inspiradoras mulheres latino-americanas: Clarice Lispector, Frida Kahlo e Violeta Parra, que já em suas épocas não se encaixavam em estereótipos de gênero. Elas não eram princesas, não moravam e nem sonhavam com castelos e não precisavam de nenhum homem para serem felizes. Viviam suas vidas da forma como bem entendiam e tinham um amor em comum: arte.
– 20h: Espetáculo “Preta-à-Porter”, com Coletivo NEGA. Classificação indicativa: 10 anos.
Sinopse: O Preta-à-Porter é uma performance criada há 6 anos pelo grupo de teatro negro Coletivo NEGA que parte de histórias e de e conflitos enfrentados na vida cotidiana da população negra, histórias essas trazidas da vida pessoal de cada artista que participa ou já participou do coletivo. Expõe com maior destaque a vivência das mulheres negras, especialmente as que integram o grupo atualmente. A performance nasceu há 5 anos e é modificada de acordo com o a formação do elenco. Mais de 20 atores já passaram pelo espetáculo, cada um deixando alguma contribuição em cena. As cenas, assim como as atrizes que permanecem no grupo, modificam-se sempre que necessário, de acordo com as inquietações e demandas poéticas e políticas. O espetáculo que pretende dar ‘o beijo e o tapa’.
Sábado (13)
– 14h30: Espetáculo “Mini-micro-porém-magnífica: espetáculo de circo!”, com Cia Uma da Outra. Classificação indicativa: livre. (O espetáculo ocorrerá na praça em frente ao teatro).
Sinopse: Duas malabaristas, dois objetos. A precisão se mostra não apenas nos momentos calculados, do caos nascem as ideias. De todos os círculos, surge esse espetáculo. A queda amplia o horizonte conhecido, o som da batida das bolas e dos bambolês desafia os sentidos, acaricia o tato que as sente vibrar. Vibramos em conexão com o que não vai mais ser apagado. Não somos só olhos e carne, somos ritmo, batida, vibração.
– 15h30: Roda de conversa “A mulher ocupando espaços”. com Bia Mattar, Elke Siedler, Heloisa Marina e Juliana Ricci. Classificação indicativa: livre. (A roda de conversa ocorrerá na galeria de arte).
Sinopse: Diante de todo um contexto de desvalorização profissional da mulher, a roda de conversa coloca em foco – a fim de mediar um valioso diálogo -, quatro mulheres com suas carreiras consolidadas, em diálogo aberto sobre as resistências cotidianas e o protagonismo da mulher na arte.
– 20h: Show “La Leuca” e “Mulamba”. Classificação indicativa: 16 anos.
Sinopse: La Leuca se formalizou como banda no segundo semestre de 2017, mas as músicas já eram há tempos divagações das irmãs Mariana Bonanomi (guitarra e voz) e Helena Bonanomi (guitarra e voz). Quando se juntaram à Dora Hoff (baixo) e Carolina Werutsky (bateria) a mistura de referências musicais foi bem densa e clara. Nas suas músicas manifestam nostalgias ligadas à infância entre outros temas que estarão conectados à psicodelia moderna e experimentalismos leves. Nessa breve estrada já esteve junto a nomes como Winter (EUA), BIKE (SP), Munoz (MG), CORA (PR), Musa Hibrida (RS), tocou no Festival Sarava 2018 em Florianópolis e abriu o show da banda Carne Doce (GO) em Blumenau (SC).
Mulamba: O show reúne canções autorais da banda curitibana “Mulamba”, unindo influências que vão do rock à música erudita. Mulamba representa um grito de vozes silenciadas. Desconstrução e letras contundentes marcam o trabalho da banda, que traduz suas mensagens por meio de uma linguagem poética e performances impactantes. É composta por Amanda Pacífico, Cacau de Sá, Caro Pisco, Fer Koppe, Naíra Debértolis e Érica. O sexteto conquistou visibilidade após a repercussão do vídeo “P.U.T.A”, que atingiu 1,3 milhões de visualizações no YouTube e 15 mil compartilhamentos no Facebook.
Domingo (14)
– 15h: Ação “Vértice em movimento – percurso e repercussões em curso”, com Projeto Vértice Brasil. Classificação indicativa: 16 anos.
Sinopse: Esta é uma ação das atrizes Marisa Naspolini, Monica Siedler, Barbara Biscaro e Gláucia Grigolo que mistura a instalação com a performance para narrar, a partir dos percursos pessoais de cada uma, os caminhos que o projeto Vértice Brasil tem tomado nos últimos dez anos. Sendo uma rede nacional e internacional de mulheres de teatro, o VérticeBrasil (projeto que faz parte do The Magdalena Project) condensou em sua trajetória diferentes ações e reações nas mulheres que o vivenciaram, nos locais por onde passou, nos trabalhos artísticos que gerou, nas vidas que atravessou. Esta instalAção se propõe a narrar essa trama invisível de pontos e linhas emaranhados, que ao serem narrados expõe as entranhas de um projeto que se propõe a conectar e repercutir ações de mulheres de teatro.
– 19h: Espetáculo “Peso Bruto” com Jussara Belchior. Classificação indicativa: 16 anos.
Sinopse: Peso Bruto é o trabalho solo da bailarina gorda Jussara Belchior que parte do estranhamento causado pelo corpo gordo na dança. É uma dança de resistência que questiona os padrões de beleza e comportamento na tensão entre formato e embalagem, aparência e conteúdo. Uma dança que explora a materialidade do próprio corpo como caminho de empoderamento, que questiona as noções da gorda como subjetividade que opera um corpo errado, inadequado, não permitido, não belo e não desejável. Uma dança que articula diálogos entre o peso, o desejo, o apetite e a beleza, colocando em contraposição o controle e a brutalidade.
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Fonte: Fundação Cultural de Balneário Camboriú